O objetivo deste trabalho é discutir cobertura jornalística sobre o uso de agrotóxicos como situação geradora de injustiça ambiental. Para realizar tal reflexão, baseamo-nos na série de reportagens de Zero Hora publicadas em 2016 sobre contaminação de produtos da Ceasa, em Porto Alegre, por agrotóxicos proibidos no Rio Grande do Sul ou utilizados acima do limite previsto por lei. Partimos da conceituação de Acselrad (2010) sobre justiça ambiental, que remete aos conflitos originários da violação de direitos das comunidades humanas pelo uso insustentável do ambiente. Para avaliar a repercussão das injustiças na mídia, recorremos aos pressupostos do Jornalismo Ambiental (GIRARDI et al., 2012) a partir de uma análise descritiva e qualitativa. Dentre os resultados, aponta-se que a série não incorpora uma visão sistêmica do problema, ignorando os impactos dos agrotóxicos em toda a cadeia produtiva e nos ecossistemas.