Última alteração: 2018-10-26
Resumo
Ementa: A produção de narrativas é permeada por escolhas, enquadramentos selecionados, pontos de vista privilegiados e vozes enfatizadas. Mesmo que o escopo dessa elaboração seja o jornalismo, o que implica um compromisso com o factual, há que se observar a interferência e a participação ativa de quem produz o texto, seja ele escrito ou imagético. A maneira como os personagens das histórias são tomados, tanto no momento da pesquisa ou da apuração jornalística como na sua apresentação, é determinante; a alteridade é peça chave na compreensão desse tipo de produção. Além desses fatores, a presente reflexão coletiva inclui as possíveis repercussões de tais escolhas na recepção. Observa-se que a representação dessas interações, acionadas na checagem de dados, no levantamento de informações, na relação com os personagens, pode interferir na forma como o público irá apreender as narrativas e, consequentemente, na maneira como irá entrar em contato com as cenas narradas. Assim, o processo comunicacional, em sua completude circular e incontrolável, aparece como pano de fundo para entender as relações de alteridade acionadas na produção de narrativas documentais, do outro e de memória.
Palavras-chave: alteridade; memória; jornalismo; narrativas.